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10 PAINEL DE CONTROLE

O painel de controle é o utilitário que contém diferentes ferramentas de administração do sistema. Ele torna a manutenção do sistema muito mais simples, sem a necessidade de lembrar de comandos complexos e das opções necessárias na linha de comando.

Para inicializar o painel de controle, é necessário inicializar o sistema de X Window, executando-se o comando startx, como superusuário root e digitar control-panel em uma linha de comando de um xterm. Será necessário utilizar o superusuário root para que as ferramentas rodem normalmente. Caso não se esteja em modo superusuário basta executar o comando su -c control-panel e digitar a senha do superusuário root.

Caso se deseje chamar o painel de controle desde um shell comum de superusuário que não seja um xterm, pode-se executar o comando DISPLAY=:0 control-panel &, onde DISPLAY indica ao painel de controle para usar o display atual. Esta sintaxe funciona somente em shells compatíveis com o Bourne shell, tal como bash. Caso se esteja utilizando tcsh, é necessário inicializar a variável de ambiente com o seguinte comando setenv DISPLAY :0; control-panel &.

Um duplo click em um ícone inicia a execução da ferramenta. É necessário tomar cuidado para não executar duas instâncias da mesma ferramenta, pois pode-se perder as alterações feitas, caso se salvem os arquivos de configuração mais de uma vez.

10.1 Configuração de usuário e grupo

Figura 40: Painel de Configuração de Usuários e Grupos

A ferramenta apresentada na figura 40 gerencia os usuários e grupos do sistema. Na verdade trata-se de uma interface de edição dos arquivos /etc/passwd e /etc/group e ainda /etc/shadow caso este esteja instalado. Com essa ferramenta é possível adicionar, remover, definir shells, nomes completos, diretórios home, uid, gids, etc...

10.1.1 Adicionando ou editando um usuário

Figura 41: Criando Usuários

A mesma interface é utilizada para adicionar ou alterar usuários. Para adicionar basta clicar sobre o botão Add na janela principal. Uma caixa de diálogo será apresentada conforme a figura 41, com alguns valores padrões predefinidos. Para editar um usuário já existente, basta clicar duplamente sobre o usuário na janela principal ou então clicar sobre o usuário e após sobre o botão View/Edit.

Inicialmente informe o nome que o usuário utilizará no sistema ou seja a sua identificação. Não se deve incluir espaços ou vírgulas e não se deve informar mais que 8 caracteres. Após a informação pressione [Enter] e alguns campos serão preenchidos com valores padrão, os quais podem ser alterados se necessário. É possível ainda informar o nome completo do usuário, endereço comercial e telefone. O shell de login pode ser alterado do valor padrão) (/bin/bash) para um dos disponíveis na lista de seleção ou simplesmente através da digitação como em qualquer outro campo.

Em relação ao campo de senha (password) existem cinco opções no menu Encrypted Password: Original, Change, No Password, Lock and Unlock. No Password (sem senha) é uma escolha desaconselhável, pois qualquer um poderá utilizar esta identificação para logar-se no sistema. Lock evitará que qualquer usuário entre no sistema com este usuário, mas manterá a senha informada para utilização posterior. Unlock liberará as identificações marcadas com lock. Original é igual a brancos quando se está adicionando um usuário, porém como a mesma caixa de diálogo é apresentada para alteração de usuários, neste caso Original significa a manutenção da senha atual. A opção mais usual é Change. Uma pequena caixa de diálogo surgirá e solicitará uma senha e a sua confirmação. O usuário ao entrar no sistema informará a senha criada e será solicitada a sua mudança imediata. Clicando-se sobre o botão Done na caixa de diálogo confirmará a entrada correta da senha (a primeira senha digitada confere com a segunda).

Os números que a ferramenta apresenta para UID e GID irão funcionar normalmente podendo serem alterados, porém com cuidado e conhecimento das implicações.

Caso tenha sido configurado o shadow passwords o botão Shadow Management será apresentado, permitindo a configuração de data de expiração da senha. Por padrão não haverá data de expiração. Basta clicar sobre o botão Done após editar a data de expiração para efetivar a alteração.

Após concluir a edição dos dados do usuário basta clicar sobre o botão Done na caixa de diálogo de Edição de Definições de Usuários para adicionar o usuário.

Caso o usuário não tenha ainda um diretório home, este será criado automaticamente.

É aconselhável evitar a alteração de usuários com UID menor que 100, pois estes usuários são básicos para qualquer SO Unix. Sugere-se no máximo a alteração de senha do superusuário root.

10.1.2 Removendo um usuário

Figura 42: Excluindo um Usuário

Para remover um usuário, selecione-o, clicando sobre ele na janela de diálogo principal e após clique sobre o botão Remove. A caixa de diálogo da figura 42 será apresentada, sendo possível: manter o diretório home do usuário, arquivá-lo de forma compactada em um arquivo padrão tar.gz (archive) ou apagar o diretório (delete) e apagar as mensagens disponíveis no correio eletrônico destinadas ao usuário. Essas duas ações serão executadas imediatamente após a confirmação da exclusão e antes que a ferramenta aceite outras informações. É possível pesquisar arquivos pertencentes ao usuário em outras áreas que não o diretório home e dar-lhes o dono nobody (ninguém) ou apagá-los. Para encontrar, por exemplo, arquivos com dono nobody basta executar o comando:

find / \( -group nobody -o -user nobody \) -print

10.1.2.1 Desativando um usuário

Caso se deseje remover um usuário temporariamente, com a intenção de voltar a utilizá-lo posteriormente, devem ser utilizadas as opções Lock e Unlock. Ao desativar um usuário, a senha do usuário passa para o estado Locked, sendo precedida por um asterisco. Pode-se comprimir o diretório home do usuário através da opção "collapsing".

Ao reativar-se o usuário o estado de Locked é removido e o diretório home retorna à sua situação normal.

10.1.3 Criando um novo grupo

Para criar um novo grupo de usuários, é necessário entrar no modo de edição de grupos clicando-se sobre o botão Groups no topo da janela principal.

Clicando-se sobre o botão Add aciona-se a janela de diálogo para especificação dos detalhes. Inicialmente deve ser informado o nome do grupo que não deve ser maior do que 8 caracteres e não pode conter espaços ou vírgulas. Pode-se ainda definir uma senha para o grupo, onde usuários que não são membros deste grupo somente poderão assumir suas características utilizando o programa newgrp e informando a senha.

Para adicionar membros ao grupo devem ser informados os nomes dos usuários separados por vírgula no campo user list e clicar-se sobre o botão Done ao final.

10.1.4 Editando um grupo

Para editar um grupo existente bastar clicar duplamente sobre o grupo na janela principal ou clicar sobre o grupo e então sobre o botão View/Edit. A mesma interface utilizada na criação de grupos será apresentada.

10.2 Configuração do Sistema de Arquivos

A ferramenta de configuração de sistema de arquivos mostrada na figura 43 permite examinar e manipular pontos de montagem de file system, tipos, opções, etc... É muito útil no manuseio de um grande número de sistemas de arquivos, porém é necessário ter-se conhecimento e experiência antes de se efetivar alguma alteração.

A opção Reload no menu provoca uma nova leitura do /etc/fstab a partir do disco rígido.

Após selecionar um dos sistemas de arquivos apresentados na janela pode-se executar uma das seguintes funções:

Figura 43: Painel de Configuração do Sistema de Arquivos

10.2.1 Adicionando NFS Mounts

Para montar um sistema de arquivos via NFS, selecione Add Mount a partir do menu NFS. Uma caixa de diálogo será apresentada com os seguintes campos:

Após preencher todos os campos clica-se sobre o comando OK e a entrada é criada no /etc/fstab, mas o sistema de arquivos não está montado ainda. Para montá-lo selecione-o na janela principal e clique sobre o botão Mount.

10.3 Configuração de impressora

A ferramenta de configuração de impressoras (printtool) atua sobre o arquivo /etc/printcap, os diretórios de spool de impressão e os filtros de impressão. Os filtros permitem que se imprimam diferentes tipos de arquivos incluindo: arquivos ASCII (texto), PostScript, Tex, dvi, RPM, GIF, JPEG, TIFF, e outros formatos gráficos.

Figura 44: Ferramenta de Configuração de Impressora

Para criar-se uma fila de impressão nova, deve-se escolher Add e então selecionar o tipo de impressora. Há três tipos de filas de impressoras que podem ser criadas:

Após escolher o tipo de impressora, uma janela de diálogo solicitará maiores informações sobre a fila de impressão. Todos os tipos de filas requerem as seguintes informações:

Figura 45: Selecionando um tipo de impressora

Além de impressoras capazes de imprimir gráficos e PostScript é possível configurar impressoras que imprimam somente arquivos em formato texto. A maioria dos drivers de impressoras são capazes de imprimir arquivos ASCII sem convertê-los para PostScript, bastando que se escolha Fast text printing (impressão rápida de textos) ao se configurar o filtro.

Figura 46:Adicionando uma impressora local

Figura 47:Configurando um filtro de impressão

Para impressoras locais os seguintes dados são necessários:

Para impressoras remotas são necessárias as seguintes informações:

O servidor remoto deverá estar configurado de forma a permitir que a máquina local utilize a sua fila de impressão. O arquivo /etc/hosts.lpd controla estas informações.

Figura 48: Adicionando uma impressora remota

Para impressoras SMB conectada por exemplo a um equipamento com o SO Windows, são necessárias as seguintes informações:

É recomendável que o usuário e senhas, quando utilizados, sejam diferentes de usuários e senhas do Conectiva Red Hat Linux ou de usuários de compartilhamento de arquivos, para que se tenha um maior nível de segurança de acessos.

Após adicionar a fila de impressão é necessário reinicializar o daemon de impressão (lpd). Para tanto basta clicar sobre Restart lpd no menu lpd.

Pode-se imprimir uma página de teste para qualquer fila de impressão selecionada. Selecione o tipo de página de teste no menu Tests.

Figura 49: Imprimindo uma página de teste

Caso o teste de impressão gere apenas uma linha, selecione a impressora, opção Edit, após select, e na opção input filter e marque a opção fix stair-stepping.

Para imprimir a partir da linha de comando de shell ou de um terminal xterm pode ser executado o comando lpr –P nome da impressora arquivo-para-impressão; nome nome-da-impressora é o nome cadastrado no queue name e é sempre o nome na primeira coluna do printool.

10.4 Configuração da rede

A ferramenta de configuração de rede (netcfg) mostrada na figura 32 foi desenvolvida para permitir a manipulação simplificada de parâmetros como endereço IP, endereços de gateways, assim como nome de servidores e o arquivo /etc/hosts.

Dispositivos de rede podem ser adicionados, removidos, configurados, ativados, desativados e renomeados. Ethernet, arcnet, token ring, pocket (ATP), PPP, SLIP, PLIP e dispositivos de loopback são suportados. O suporte a PPP/SLIP/PLIP funciona perfeitamente na maioria dos hardwares, mas algumas configurações podem não produzir o efeito desejado. Ao utilizar a ferramenta de configuração de rede, clique sobre o botão Save para salvar as alterações e sobre o botão Quit para sair da ferramenta.

10.4.1 Administrando nomes

O painel de nomes da ferramenta de configuração de rede tem duas finalidades: definir o nome do host e do domínio do sistema e determinar o nome do servidor que será utilizado na busca de outros hosts na rede. A ferramenta de rede não é capaz de configurar o host como um servidor de nomes. Para alterar um campo ou adicionar informações em um campo clique sobre aquele com o botão esquerdo do mouse e digite as informações.

Figura 50: Painel de Configuração de Rede

10.4.2 Administrando Hosts

O painel de gerenciamento de hosts permite adicionar, editar ou remover hosts do arquivo /etc/hosts. Adicionando ou editando uma entrada envolve as mesmas ações. Uma caixa de diálogo será apresentada e as informações deverão ser digitadas. Após a conclusão clique sobre o botão Done.

Figura 51: Adicionando/Editando Hosts

10.4.3 Adicionando uma interface de rede

Pode-se adicionar uma interface de rede ou uma placa Ethernet com poucos cliques de mouse no Conectiva Red Hat Linux. Pode ser necessário configurar o kerneld para carregar um driver para a interface de rede que esteja sendo adicionada.

Inicie clicando sobre o botão Interfaces no painel principal. Uma janela de configuração de dispositivos será aberta com uma seleção de opções disponíveis, conforme a figura 52.

Para adicionar um dispositivo, deve-se clicar sobre o botão Add, selecionar o tipo de interface conforme a janela da figura 53.

Figura 52: Configurando Interfaces

Figura 53: Escolha do tipo de interface

10.4.3.1 Interface PPP

Adicionar uma interface PPP consiste em informar o número do telefone, o nome de login e a senha de acesso na janela de criação de interface PPP mostrada na figura 54. Caso seja necessária a autenticação PAP para a conexão PPP, selecionar Use PAP authentication. Na maioria dos casos será necessária alguma customização para estabelecer uma conexão PPP. Clique no botão Customize para configurar o hardware, comunicação e parâmetros de rede para a interface PPP.

Figura 54: Criação da interface PPP

10.4.3.2 Interface SLIP

Para configurar a interface SLIP é necessário fornecer os dados de telefone, nome de login e senha. Ao escolher Done uma caixa de diálogo chamada Edit SLIP será apresentada permitindo a configuração do hardware, comunicação e parâmetros de rede para a interface SLIP.

10.4.3.3 Interface PLIP

Para adicionar uma interface PLIP é necessário fornecer um endereço IP, o endereço IP remoto e a Netmask. Pode-se ainda selecionar se a interface será ativada na inicialização do sistema.

10.4.3.4 Interfaces Ethernet, Arcnet, Token Ring e Pocket Adaptor

Serão necessárias as seguintes informações para adicionar estas interfaces:

A rede e os endereços de broadcast são calculados automaticamente baseado no endereço IP e na netmask informados.

Clique em Done para finalizar e o dispositivo deverá aparecer na lista de Interfaces como um dispositivo inativo. Para ativá-lo primeiro selecione-o com um clique do mouse e então clique sobre o botão Activate. Caso o dispositivo não apareça como ativo, poderá ser necessário reconfigurá-lo através da opção Edit.

10.4.4 Gerenciando rotas

Na tela de gerenciamento de rotas pode-se adicionar, alterar ou remover rotas estáticas de rede. Adicionar ou alterar envolvem as mesmas informações. Uma janela de diálogo aparecerá e basta informar os novos dados e clicar sobre o botão Done. Veja a figura 55 como exemplo.

Figura 55: Adicionando/Editando Rotas

10.5 Horário e datas

A função time permite alterar a data e o horário clicando-se sobre as áreas apropriadas do display e utilizando-se as setas para alteração dos valores.

O relógio do sistema não pode ser alterado até que seja clicado o botão Set System Clock.

A alteração do horário no sistema não significa a alteração do horário na máquina. Para que a alteração seja definitiva e gravada na cmos do equipamento, é necessário após a alteração da data e horário executar o comando clock -w .

Ao clicar-se sobre o botão Reset Time o horário da máquina retornará a ser idêntico ao horário do sistema.

Atenção: alterações de data e horário podem gerar problemas em programas que dependem de horários para serem executados. Tente finalizar todos os programas e processos antes de alterar os dados de hora e data.

10.6 Configuração do Kernel Daemon

Conforme apresentado no capítulo 7, o Conectiva Red Hat Linux inclui o kerneld, ou daemon do kernel o qual automaticamente carrega softwares e suporte a hardware em memória quando aqueles sejam necessários e descarrega-os quando não mais o sejam.

Figura 56: Gerenciamento do Kernel

A ferramenta apresentada na figura 56 permite o gerenciamento do arquivo de configuração do kerneld. É necessário especificar exatamente quais os hardwares que deverão ser carregados quando uma requisição genérica for feita para o sistema.

10.6.1 Alterando as opções de módulos

Para alterar as opções disponíveis quando um módulo é carregado, clique sobre a linha para selecionar o módulo e após sobre o botão Edit. O utilitário kernelcfg apresentará uma janela com as opções conhecidas sobre o módulo. Para alterá-las basta editar os campos desejados. Para informar outros argumentos para a carga do módulo pode-se utilizar o campo Other arguments.

Figura 57: Editando as Opções dos Módulos

Quando o kernel necessita carregar o suporte para ethernet, o kerneld necessita saber qual o tipo de placa de rede e as configurações necessárias

10.6.2 Alterando módulos

Para alterar os módulos que são utilizados para atender a serviços genéricos, como por exemplo uma placa de rede ethernet ou um adaptador SCSI, é necessário remover o antigo e criar um novo módulo. Para remover um módulo basta clicar sobre ele e em seguida sobre o botão Delete. Após deve-se clicar sobre o botão Add conforme a seção 7.1.2.

Caso tenha sido alterada a controladora SCSI, lembre-se de criar um novo ramdisk com o comando /sbin/mkinitrd conforme o descrito na seção 7.1.2

10.6.3 Adicionando módulos

Para adicionar novos módulos de qualquer tipo, clique sobre o botão Add. Será apresentada uma caixa de diálogo, conforme a figura 58, solicitando a escolha do tipo de módulo. Ethernet é eth, Token Ring é tr, controladoras SCSI são scsi_hostadapter. Após clique em OK.

Figura 58: Adicionando um módulo

10.6.4 Reinicializando o Kerneld

Caso haja mais de um módulo que possa ser utilizado para o tipo selecionado será apresentada a caixa de diálogo conforme a figura 59, a qual solicitará a especificação do módulo. Por exemplo para ethernet é necessário escolher entre eth0, eth1, etc... Para continuar deve-se clicar sobre o botão OK. O próximo diálogo, conforme a figura 59, permite continuar a especificação dos módulos

Figura 59:Selecionando um módulo disponível

As alterações efetuadas com a ferramenta de configuração do Daemon do Kernel serão efetivadas no arquivo /etc/conf.modules, o qual o kerneld lê toda vez que é inicializado. Uma vez concluídas as alterações é possível reinicializar o kernel clicando-se sobre o botão Restart kerneld. Isso fará com que o kernel recarregue o arquivo de configuração quando novos módulos forem carregados.